Frase do dia

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Felicidade, de Içami Tiba



Os pais podem dar alegria e satisfação para um filho,
                           mas não há como lhe dar felicidade.
Os pais podem aliviar sofrimentos enchendo-o de presentes,
                           mas não há como lhe comprar felicidade.
Os pais podem ser muito bem-sucedidos e felizes,
                           mas não há como lhe emprestar felicidade.

Mas os pais podem aos filhos
            Dar muito amor, carinho, respeito,
                   Ensinar tolerância, solidariedade e cidadania,
                        Exigir reciprocidade, disciplina e religiosidade,
                               Reforçar a ética e a preservação da Terra.

                Pois é de tudo isso que se compõe a auto-estima.
                           É sobre a auto-estima que repousa a alma,
                                    E é nesta paz que reside a felicidade.

TIBA, Içami. Quem ama, educa! São Paulo: Editora Gente, 2002.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Quase

(Autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva, em sua coluna do dia 31 de março de 2005 do jornal O Globo) 


segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Concordância é o modo pelo qual as palavras alteram suas terminações para se acomodarem a outras palavras.
A concordância verbal trata das alterações do verbo, para se acomodar ao seu sujeito.

Como regra geral o verbo concorda com o seu sujeito em pessoa e número:
Ex: As crianças comeram muito chocolate.
sujeito: 3ª pessoa
verbo: 3ª pessoado plural do plural
Certas situações de concordância verbal provocam dúvidas. Vejamos as principais:

# Sujeito composto:
- Anteposto: nesse caso o verbo vai para o plural.
Ex: A falta de dinheiro e a greve dos bancos confirmaram o caos.

- Posposto: o verbo fica no plural ou concorda com o elemento que estiver mais próximo.
Ex: Passarão o céu e a terra.
verbo: plural
sujeito composto
Passará o céu e a terra.
verbo: singular
sujeito composto concordando com céu

- Elementos identificados semanticamente: quando os núcleos do sujeito são palavras que pertencem ao mesmo grupo significativo o verbo fica no singular.
Ex: Alegria e felicidade nos acompanha constantemente.
núcleos sinônimos = verbo singular

- Com elementos ligados por ou:
• Se a conjunção cria relação de exclusividade, o verbo fica no singular.
Ex: José ou João será eleito presidente.

• Se a conjunção não cria relação de exclusividade, o verbo vai para o plural.
Ex: Correr ou nadar exigem bom preparo físico.

- Com elementos em gradação, o verbo concorda com o elemento mais próximo:
Ex: O vento, a chuva, o frio não os inquietava.
núcleos organizados em gradação verbo no singular.

- Com as expressões um e outro / nem um nem outro, o verbo pode ficar no singular ou plural.
Ex: Nem um nem outro dormiu.                             Nem um nem outro dormiram.

# Verbo com o pronome apassivador se.
O verbo acompanhado pelo pronome apassivador se, concorda normalmente com o sujeito.
Ex: Vendem-se tapiocas fresquinhas.                     Vende-se uma casa na praia.

# Verbo com índice de indeterminação do sujeito.
Quando o verbo é acompanhado pelo índice de indeterminação do sujeito esse fica na 3ª pessoa do singular.
Ex: Assistiu-se à demonstração de dança.


# Pronome de tratamento
Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo vai sempre para a 3ª pessoa (singular ou plural).
Ex: Vossa Alteza atendeu ao nosso pedido.             Vossas Altezas atenderam ao nosso pedido.

# Coletivo
O verbo fica no singular quando o sujeito é um coletivo no singular.
Ex: O bando visitava a cidade deserta.

# Porcentagem
- O verbo concorda com o sujeito quando esse é um número expresso em porcentagem, sem especificação.
Ex: Um por cento não compareceu à aula.             Noventa por cento não compareceram à aula.

- Quando o sujeito vem especificado o verbo concorda com esse:
Ex: Dois por cento dos alunos não compareceram à aula.
Dez por cento do alunado está em dia com as mensalidades.

Há situações em que o número percentual é considerado:
a) O partitivo se apresenta antes da porcentagem.
Ex: Dos alunos, dez por cento estão em dia com as mensalidades.

b) Quando o verbo se apresenta antes da porcentagem.
Ex: Não compareceu um por cento dos alunos.

c) Quando a porcentagem vem determinada:
Ex: Aqueles vinte por cento do Senado não votaram.

# Nomes usados só no plural
Quando o sujeito é constituído por nomes próprios que só têm plural, o verbo fica no plural se esse nome vier precedido de artigo plural, caso contrário, fica no singular.
Ex: Campinas fica no Estado de São Paulo.                    Os Estados Unidos lideram o movimento.

Fonte: http://www.mundoeducacao.com.br/gramatica/concordancia-verbal.htm

sábado, 28 de novembro de 2009

A importância da Pontuação

(Hélio Consolaro* )
           Recebi de um leitor (login: rondon.jr) um texto bastante conhecido, antigo, como exemplo de como a pontuação faz a diferença. A reprodução abaixo não é falta de assunto, mas uma forma de compartilhar com os leitores mais jovens as coisas antigas e boas que estão na internet.
           Um homem rico estava muito doente, pediu papel e caneta, e assim escreveu:
 "Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres".
Morreu antes de fazer a pontuação. Para quem ele deixava a fortuna?
Eram quatro concorrentes. O sobrinho fez a seguinte pontuação:
"Deixo meus bens à minha irmã? Não, a meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres"
A irmã chegou em seguida e pontuou assim, o escrito:
"Deixo meus bens à minha irmã, não a meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres."
O alfaiate pediu cópia do original e puxou a brasa pra sardinha dele:
"Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho jamais! Será paga a conta do alfaiate.
Nada aos pobres."
Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:
"Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres." 

MORAL DA HISTÓRIA
Pior de tudo é saber que ainda tem gente que acha que uma vírgula não faz a menor diferença!
*Hélio Consolaro é professor de Português, cronista diário da Folha da Região, Araçatuba-SP, presidente da Academia Araçatubense de Letras, coordenador do site Por Trás das Letras.

www.portrasdasletras.com.br

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Interlúdio, de Cecília Meireles

As palavras estão muito ditas
e o mundo muito pensado.
Fico ao teu lado.


Não me digas que há futuro
nem passado.
Deixa o presente — claro muro
sem coisas escritas.


Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.


Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.


Fico ao teu lado.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Quem morre, de Pablo Neruda

Morre lentamente

Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo

Morre lentamente
Quem destrói seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.

Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito
Repetindo todos os dias os mesmos trajeto,
Quem não muda de marca,
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou
Não conversa com quem não conhece.

Morre lentamente
Quem evita uma paixão e seu redemoinho de emoções, Justamente as que resgatam o brilho dos
Olhos e os corações aos tropeços.

Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz
Com o seu trabalho, ou amor,
Quem não arrisca o certo pelo incerto
Para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite, pelo menos uma vez na vida,
Fugir dos conselhos sensatos...

Viva hoje !
Arrisque hoje !
Faça hoje !
Não se deixe morrer lentamente !

NÃO SE ESQUEÇA DE SER FELIZ

Discurso, de Cecília Meireles

E aqui estou, cantando.


Um poeta é sempre irmão do vento e da água:
deixa seu ritmo por onde passa.


Venho de longe e vou para longe:
mas procurei pelo chão os sinais do meu caminho
e não vi nada, porque as ervas cresceram e as serpentes
andaram.


Também procurei no céu a indicação de uma trajetória,
mas houve sempre muitas nuvens.
E suicidaram-se os operários de Babel.


Pois aqui estou, cantando.


Se eu nem sei onde estou,
como posso esperar que algum ouvido me escute?


Ah! Se eu nem sei quem sou,
como posso esperar que venha alguém gostar de mim?

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Os 10 erros mais cometidos em redação

Há alguns equívocos muito comuns em redações e, por este motivo, estão no patamar dos mais cometidos. Mas isso ocorre apenas por falta de conhecimento, portanto, uma vez informados, os estudantes não voltam a cometê-los.


Vejamos, então, os 10 erros mais cometidos em redação: (não estão por ordem de importância)

1. “Fazem dez anos que não vemos tantas mudanças”. O verbo “fazer” no sentido temporal, de tempo decorrido ou de fenômenos atmosféricos é impessoal, ou seja, fica no singular: Faz dez anos... Faz muito frio...

2. “Houveram muitas passeatas nesta semana em prol da igualdade racial.” O verbo haver acompanha o mesmo raciocínio do verbo “fazer”, citado acima. No sentido de existir ou na ideia de tempo decorrido, o verbo haver é impessoal: Houve muitas passeatas... Há tempos não o vejo... Havia algumas cadeiras disponíveis.

3. “Para mim escolher, preciso de um tempo.” Na dúvida verifique quem é o sujeito do verbo. No caso, o verbo “escolher” não tem sujeito, pois “mim” não pode ser! O certo seria o pronome “eu”: para eu escolher. A expressão “para mim” só funciona quando é objeto direto: Traga essa folha para mim. Dessa forma, sempre diga e escreva: Para eu fazer, para eu levar, para eu falar, pois o verbo precisa de um sujeito!

4. “Esse assunto fica entre eu e você!” Quando a preposição existe, neste caso “entre”, usa-se o pronome oblíquo. O correto é: entre mim e você ou entre mim e ti. Portanto, use pronome oblíquo tônico (mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, si, eles, elas) após preposição: falava sobre mim, faça por nós, entre mim e você não há problemas, falavam entre si.

5. “Há muito tempo atrás, comprei uma bicicleta.” O verbo “há” tem sentido de tempo passado, logo não há necessidade de adicionar “atrás”. Ou você escolhe um ou outro: Há muito tempo... Tempos atrás... Há dez anos... Dez anos atrás.

6. “Então, pegou ele pela gola.” Quando for necessário que um pronome seja objeto direto (pegou algo: ele), nunca coloque pronome pessoal, opte pelo caso oblíquo átono (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes): Pegou-o, avisou-o, apresentei-a, levou-nos, ama-me, leva-nos.

7. Aonde você estava? “Aonde” indica ideia de movimento, enquanto “onde” refere-se somente a lugar. Portanto: Onde você estava? E Aonde nós vamos agora?

8. “A situação vinha de encontro ao que ele desejava.” Se é uma situação que a pessoa desejava, será: ao encontro de, expressão que designa favorecimento, estar de acordo. Já a locução “de encontro a” tem sentido de oposição, de choque: Ele foi de encontro ao poste.

9. “Esse ano vamos fazer diferente.” Se é o ano vigente, então use o pronome “este”, uma vez que indica proximidade: Esta sala de aula, esta semana está sendo ótima, este dia vai ser abençoado, este ano está sendo o melhor de todos, esta noite veremos estrelas.

10. O verbo “adequar” é defectivo, isso quer dizer que não é conjugado de todas as formas. Assim: Isso não se adéqua... Ele não se adéqua... Eu não me adéquo... são orações equivocadas. Outros verbos também passam por este tipo de problema, como: abolir, banir, colorir, demolir, feder, latir. O verbo adequar é correto e usado com mais frequência nos modos infinitivo (adequar) e particípio (adequado).


Por Sabrina Vilarinho
Graduada em Letras
Equipe Brasil Escola

http://www.brasilescola.com

domingo, 1 de novembro de 2009

Conclusões de Aninha, de Cora Coralina

Estavam ali parados. Marido e mulher.

Esperavam o carro. E foi que veio aquela da roça
tímida, humilde, sofrida.
Contou que o fogo, lá longe, tinha queimado seu rancho,
e tudo que tinha dentro.
Estava ali no comércio pedindo um auxílio para levantar
novo rancho e comprar suas pobrezinhas.

O homem ouviu. Abriu a carteira tirou uma cédula,
entregou sem palavra.
A mulher ouviu. Perguntou, indagou, especulou, aconselhou,
se comoveu e disse que Nossa Senhora havia de ajudar
E não abriu a bolsa.
Qual dos dois ajudou mais?

Donde se infere que o homem ajuda sem participar
e a mulher participa sem ajudar.
Da mesma forma aquela sentença:
"A quem te pedir um peixe, dá uma vara de pescar."
Pensando bem, não só a vara de pescar, também a linhada,
o anzol, a chumbada, a isca, apontar um poço piscoso
e ensinar a paciência do pescador.
Você faria isso, Leitor?
Antes que tudo isso se fizesse
o desvalido não morreria de fome?
Conclusão:
Na prática, a teoria é outra.

 
Texto extraído do livro "Vintém de cobre - Meias confissões de Aninha", Global Editora — São Paulo, 2001, pág. 174.