Frase do dia

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Relatório

O relatório é um documento em que se registram observações, pesquisas, investigações, fatos, variando de acordo com o assunto e com as finalidades. Assim, há, por exemplo, relatório executivo, operacional, de estágio, de auditoria, de reunião de estudos.


A redação é a etapa final do desenvolvimento de um processo. Só será bem feita se as etapas iniciais tiverem sido todas cumpridas com dedicação e cuidado. Para redigir bem, o relator deve ter expressão lingüística desenvolvida pelo treino constante de redação alicerçada em bons conhecimentos gramaticais. A clareza e a correção devem constituir-se em preocupação constante para se conseguir um texto de leitura fácil e agradável.



Etapas da redação de um relatório



1) ATITUDES ANTES DE SE INICIAR O TRABALHO DE CAMPO

 Deve haver preparação intelectual para perfeito conhecimento do assunto a ser tratado no relatório.

 Disposição psicológica positiva facilitará a tarefa e o deixará mais atento e disposto para a realização do trabalho todo.

 A fixação dos objetivos, das finalidades é imprescindível para o correto desenvolvimento das atividades.

 A determinação dos métodos de trabalho ser feita criteriosamente, levando em conta os objetivos, as circunstâncias, os recursos – é a marcação de como será percorrido o caminho.

 Adequação ao destinatário: você irá comunicar-se de acordo com quem receberá a sua mensagem. Use a linguagem que irá atingir mais eficazmente quem irá ler e avaliar o relatório. Pense no destinatário antes de iniciar o trabalho, para fazer as suas opções com mais acerto.



2) DURANTE O TRABALHO DE CAMPO

 Observações devem ser cuidadosas, muito atentas. Para observar, concentre-se no trabalho, evitando distrações que desviem a atenção.

 Anotações: não confie na memória nem a sobrecarregue. As anotações é que darão os dados para a redação do relatório.

 A seleção das observações relevantes é feita nos momentos de reflexão sobre o que já foi realizado, num processo de avaliação parcial.

 Conclusões parciais decorrem da seleção de observações e de sua avaliação.

 Recomendações: quais você apresenta, se o relatório é de caráter consultivo. Assuma posições com base em argumentos decorrentes dos fatos comprovados.

 Comentários dos outros envolvidos no trabalho. Se o seu texto relata observações sobre o trabalho de outras pessoas, é preciso saber a opinião, as justificativas, as explicações – enfim, os argumentos que elas têm para explicar os fatos, esclarecer as dúvidas.

 Reavaliação do trabalho é uma reflexão sobre o que se fez para determinar os valores e estabelecer os níveis de importância dos elementos que serão relatados.



3) ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO - RASCUNHO

 Esquematize o relatório antes de iniciar a redação.

 Cabeçalhos breves facilitam a leitura e despertam mais interesse.

 A linguagem deve ser clara, correta, concisa, adequada. É primordial conhecer bem as normas da Língua Portuguesa para reproduzir um texto em bom nível. Evite a linguagem afetiva num trabalho que deve ser técnico.

 A revisão do texto deve ser feita várias vezes no rascunho. Dê um espaço de tempo entre uma e outra releitura, para ter uma visão crítica mais acurada sobre o que escreveu.



4) REDAÇÃO FINAL

 Reestude o texto do rascunho. Reveja não só suas observações, opiniões, mas também a expressão lingüística.

 Reescreva o que for necessário, não se acomode nem seja impaciente.

 Cuide bem da apresentação gráfica, com boa grafia, para que o trabalho possa ser lido com facilidade. Não deve haver grafismos desnecessários, como abuso de sublinhados e de maiúsculas.

 A ilustração com mapas, gráficos, gravuras facilita a comunicação. Observe se é conveniente intercalar as ilustrações no texto ou se é melhor abrir mais uma seção no final para as ilustrações.

 A revisão deve ser cuidadosa tanto no aspecto gráfico quanto no conteúdo. Se possível, peça para um colega fazer a revisão.

 Date, assine e encaminhe o relatório.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Natal, de Mario Prata

             O fato se deu na casa do neto de um amigo (céus, meus amigos já têm netos!). Garoto de cinco anos. Diz o jovem avô coruja (tem 50, antigamente avô tinha pra mais de setenta, não era, não?), bem, diz o avô que o menino, desde o primeiro Natal, ainda no colo, ficava deslumbrado com a árvore que todo ano aparecia na sala. Com quatro e cinco já ajudava e colocar os badulaques todos.

             Pois foi em janeiro do ano que está terminando que o Joaquim (nome do neto e não do avô) – mais precisamente no dia 6 – reclamou com aquela autoridade de cinco anos já completados:
             - Mas vai desmanchar a árvore de novo? (e quase chorando). Porque que todo ano tem que desmanchar a árvore? Por quê?
              Era hora do café da manhã, todo mundo reunido. Pai, mãe, irmãos mais velhos: senhores de 10 e 14 anos. E todos se entreolharam.
              - É uma tradição, meu filho.
              - Tradição?, perguntou o Joaquim que não tinha a mínima idéia do que fosse uma tradição.
              - Tradição.
              Não sabia o que era aquela palavra esquisita, mas devia ser coisa muito séria, porque a tal da tradição obrigava todas as casas da rua, da cidade, a desarrumarem a árvore de Natal no dia 6 de janeiro. Dias de Reis!, acrescentou a mãe.
              Joaquim se calou mas aprendeu que rei e tradição deveriam ter alguma coisa em comum. De rei, ele só conhecia os reis magos. Ou magros, como ele dizia.
               - Se é coisa de dia de rei, então os reis magros ficam no presépio.
                O pai encarou:
               - E posso saber porque?
               E o garoto não pestanejou:
               - Tradição!
               E a árvore não foi desmontada. E o presépio está lá até hoje. Tá certo que foi incremento com umas motos, uma perna de Barbie, um Homem-Aranha e uma nota de um dólar que ninguém sabe de onde saiu. Fora um relógio de plástico cor-de-rosa
               E a árvore de Natal, no lugar das bolas vermelhas, amarelas “Iguais as do Guga”. E, lá em cima, no lugar da tradicional estrela-cometa, uma bandeira do Brasil escrito com a letra dele, em forma: R-O-N-A-D-O.

PRATA, Mario. Revista BCP,  14/10/2002.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

A rosa de Hiroxima, de Vinicius de Moraes



Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Felicidade, de Içami Tiba



Os pais podem dar alegria e satisfação para um filho,
                           mas não há como lhe dar felicidade.
Os pais podem aliviar sofrimentos enchendo-o de presentes,
                           mas não há como lhe comprar felicidade.
Os pais podem ser muito bem-sucedidos e felizes,
                           mas não há como lhe emprestar felicidade.

Mas os pais podem aos filhos
            Dar muito amor, carinho, respeito,
                   Ensinar tolerância, solidariedade e cidadania,
                        Exigir reciprocidade, disciplina e religiosidade,
                               Reforçar a ética e a preservação da Terra.

                Pois é de tudo isso que se compõe a auto-estima.
                           É sobre a auto-estima que repousa a alma,
                                    E é nesta paz que reside a felicidade.

TIBA, Içami. Quem ama, educa! São Paulo: Editora Gente, 2002.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Quase

(Autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva, em sua coluna do dia 31 de março de 2005 do jornal O Globo) 


segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Concordância é o modo pelo qual as palavras alteram suas terminações para se acomodarem a outras palavras.
A concordância verbal trata das alterações do verbo, para se acomodar ao seu sujeito.

Como regra geral o verbo concorda com o seu sujeito em pessoa e número:
Ex: As crianças comeram muito chocolate.
sujeito: 3ª pessoa
verbo: 3ª pessoado plural do plural
Certas situações de concordância verbal provocam dúvidas. Vejamos as principais:

# Sujeito composto:
- Anteposto: nesse caso o verbo vai para o plural.
Ex: A falta de dinheiro e a greve dos bancos confirmaram o caos.

- Posposto: o verbo fica no plural ou concorda com o elemento que estiver mais próximo.
Ex: Passarão o céu e a terra.
verbo: plural
sujeito composto
Passará o céu e a terra.
verbo: singular
sujeito composto concordando com céu

- Elementos identificados semanticamente: quando os núcleos do sujeito são palavras que pertencem ao mesmo grupo significativo o verbo fica no singular.
Ex: Alegria e felicidade nos acompanha constantemente.
núcleos sinônimos = verbo singular

- Com elementos ligados por ou:
• Se a conjunção cria relação de exclusividade, o verbo fica no singular.
Ex: José ou João será eleito presidente.

• Se a conjunção não cria relação de exclusividade, o verbo vai para o plural.
Ex: Correr ou nadar exigem bom preparo físico.

- Com elementos em gradação, o verbo concorda com o elemento mais próximo:
Ex: O vento, a chuva, o frio não os inquietava.
núcleos organizados em gradação verbo no singular.

- Com as expressões um e outro / nem um nem outro, o verbo pode ficar no singular ou plural.
Ex: Nem um nem outro dormiu.                             Nem um nem outro dormiram.

# Verbo com o pronome apassivador se.
O verbo acompanhado pelo pronome apassivador se, concorda normalmente com o sujeito.
Ex: Vendem-se tapiocas fresquinhas.                     Vende-se uma casa na praia.

# Verbo com índice de indeterminação do sujeito.
Quando o verbo é acompanhado pelo índice de indeterminação do sujeito esse fica na 3ª pessoa do singular.
Ex: Assistiu-se à demonstração de dança.


# Pronome de tratamento
Quando o sujeito é um pronome de tratamento, o verbo vai sempre para a 3ª pessoa (singular ou plural).
Ex: Vossa Alteza atendeu ao nosso pedido.             Vossas Altezas atenderam ao nosso pedido.

# Coletivo
O verbo fica no singular quando o sujeito é um coletivo no singular.
Ex: O bando visitava a cidade deserta.

# Porcentagem
- O verbo concorda com o sujeito quando esse é um número expresso em porcentagem, sem especificação.
Ex: Um por cento não compareceu à aula.             Noventa por cento não compareceram à aula.

- Quando o sujeito vem especificado o verbo concorda com esse:
Ex: Dois por cento dos alunos não compareceram à aula.
Dez por cento do alunado está em dia com as mensalidades.

Há situações em que o número percentual é considerado:
a) O partitivo se apresenta antes da porcentagem.
Ex: Dos alunos, dez por cento estão em dia com as mensalidades.

b) Quando o verbo se apresenta antes da porcentagem.
Ex: Não compareceu um por cento dos alunos.

c) Quando a porcentagem vem determinada:
Ex: Aqueles vinte por cento do Senado não votaram.

# Nomes usados só no plural
Quando o sujeito é constituído por nomes próprios que só têm plural, o verbo fica no plural se esse nome vier precedido de artigo plural, caso contrário, fica no singular.
Ex: Campinas fica no Estado de São Paulo.                    Os Estados Unidos lideram o movimento.

Fonte: http://www.mundoeducacao.com.br/gramatica/concordancia-verbal.htm

sábado, 28 de novembro de 2009

A importância da Pontuação

(Hélio Consolaro* )
           Recebi de um leitor (login: rondon.jr) um texto bastante conhecido, antigo, como exemplo de como a pontuação faz a diferença. A reprodução abaixo não é falta de assunto, mas uma forma de compartilhar com os leitores mais jovens as coisas antigas e boas que estão na internet.
           Um homem rico estava muito doente, pediu papel e caneta, e assim escreveu:
 "Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres".
Morreu antes de fazer a pontuação. Para quem ele deixava a fortuna?
Eram quatro concorrentes. O sobrinho fez a seguinte pontuação:
"Deixo meus bens à minha irmã? Não, a meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres"
A irmã chegou em seguida e pontuou assim, o escrito:
"Deixo meus bens à minha irmã, não a meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres."
O alfaiate pediu cópia do original e puxou a brasa pra sardinha dele:
"Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho jamais! Será paga a conta do alfaiate.
Nada aos pobres."
Aí, chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação:
"Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres." 

MORAL DA HISTÓRIA
Pior de tudo é saber que ainda tem gente que acha que uma vírgula não faz a menor diferença!
*Hélio Consolaro é professor de Português, cronista diário da Folha da Região, Araçatuba-SP, presidente da Academia Araçatubense de Letras, coordenador do site Por Trás das Letras.

www.portrasdasletras.com.br

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Interlúdio, de Cecília Meireles

As palavras estão muito ditas
e o mundo muito pensado.
Fico ao teu lado.


Não me digas que há futuro
nem passado.
Deixa o presente — claro muro
sem coisas escritas.


Deixa o presente. Não fales,
Não me expliques o presente,
pois é tudo demasiado.


Em águas de eternamente,
o cometa dos meus males
afunda, desarvorado.


Fico ao teu lado.