Frase do dia

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O uso dos porquês



A forma por que é a sequência de uma preposição (por) e um pronome interrogativo (que). E uma expressão equivalente a por qual razão, por qual motivo:


Por que você pensa assim?

Preciso saber por que você pensa assim.

Não sei por que você pensa isso.


Caso surja no final de uma frase, imediatamente antes de um ponto (final, de interrogação, de exclamação) ou de reticências, a sequência deve ser grafada por quê, pois o monossílabo que passa a ser tônico:


Ainda não terminou? Por quê?

Você tem coragem de perguntar por quê?!


Há casos em que por que representa a sequência preposição + pronome relativo equivalendo a pelo qual (ou alguma de suas flexões: pela qual, pelos quais, pelas quais). Em outros contextos por que equivale a para que:


Estas são as reivindicações por que estamos lutando

O túnel por que deveríamos passar desabou ontem.

Lutamos por que um dia este país seja melhor.


Já a forma porque é uma conjunção, equivalendo a pois, já que, uma vez que, como:


A situação agravou-se porque muita gente se omitiu.

Sei que há algo errado porque ninguém apareceu até agora.

Continuas implicando comigo! É porque discordo de ti?


Porque também pode indicar finalidade, equivalendo a para que, a fim de. Trata-se de um uso pouco frequente na língua atual:


Não julgues porque não te julguem.


A forma porquê representa um substantivo. Significa causa, razão, motivo e normalmente surge acompanhada de palavra determinante ( um artigo, por exemplo). Como é um substantivo, pode ser plural sem qualquer problema:


Não é fácil encontrar o porquê de toda essa confisão.

Creio que os verdadeiros porquês não vieran à luz.




CIPRO NETO, Paschale; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Scipione, 2002.

Nenhum comentário:

Postar um comentário