Frase do dia

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Leitura e escrita como experiência - O avesso

Quando penso na leitura como experiência (na escola, na sala de aula ou fora delas), refiro-me a momentos em que fazemos comentários sobre livros ou revistas que lemos, trocando, negando, elogiando ou criticando, contando mesmo. Enfim, situações em que - tal como uma viagem, uma aventura - fala-se de livros e de histórias, contos, poemas ou personagens, compartilhando sentimentos e reflexões, plantando no ouvinte a coisa narrada, criando um solo comum de interlocutores, uma comunidade, uma coletividade. O que faz da leitura uma experiência é entrar nessa corrente em que a leitura é partilhada e, tanto quem lê, quanto quem propiciou a leitura ao escrever, aprendem, crescem, são desafiados.
Defendo a leitura da literatura, da poesia, de textos que têm dimensão artística, não por erudição. Não é o acúmulo de informações sobre clássicos, sobre gêneros ou sobre estilos, escolas ou correntes literária que torna a leitura uma experiência, mas sim o modo de realização dessa leitura: se é capaz de engendrar uma reflexão para além do seu momento em que acontece; se é capaz de ajudar a compreender a história vivida ante e sistematizada ou contada no livros.

Texto: Sônia Kramer. Em: Edwirges Zaccur (org). A magia da linguagem. Rio de Janeiro: DP&A: SEPE, 1999.

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